segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O cortiço

Aluisio Azevedo
Aluísio Azevedo ia aos locais onde pretendia ambientar seus romances, conversava com as pessoas que inspirariam suas personagens, misturava-se a elas. Procurava assim reproduzir o mais fielmente possível a realidade que retratava. Seus temas prediletos, focados na realidade cotidiana, foram o anticlericalismo, a luta contra o preconceito de cor, o adultério, os vícios e a vida do povo humilde. Talvez por estas razões que o livro O Cortiço seja tão real, que no momento em que você o está lendo tem a sensação de viver naquela época, a riqueza de detalhes dos personagens, do próprio cortiço, da vida cotidiana, da sexualidade, etc., é tamanha que nós adentramos de corpo e alma na história. Não compartilho com a maneira como o autor  descrevia o personagem Rita Baiana pois parece-me que o preconceito contra os baianos ali se faz presente. Mostra também como o personagem João Romão usou Bertoleza para subir na vida e, quando esta não lhe servia mais entregou-a ao seu dono como se fosse um animal,na verdade ela era tratada como tal, e em nome de uma "liberdade" a dita cuja se matou no dia em que se assinava a abolição, fim trágico e ao mesmo tempo irônico.Talvez haja algo de Camp no livro, pois descreve minuciosamente os detalhes do cortiço e, sem falar que o nome do cortiço rival era cabeça de gato.

Um comentário:

  1. O Blog está bonito, as postagens são interessantes. Continue a usá-lo.

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